Brasil vence Senegal por 2 a 0 em Londres e Ancelotti reacende esperanças antes da Copa; Neymar fora do modelo
A seleção brasileira voltou a respirar com força em campo. Venceu a seleção do Senegal por 2 a 0 em partida amistosa realizada no sábado, 15 de novembro de 2025, no estádio de Wembley, em Londres, exatamente sete meses antes da Copa do Mundo de 2026Estados Unidos, Canadá e México. O resultado não foi apenas um triunfo esportivo — foi um sinal de que, após meses de confusão, a equipe finalmente encontrou rumo. Os gols foram marcados por Estêvão Willian Almeida de Oliveira Gonçalves, o jovem atacante apelidado de "Mesaque", e pelo volante Carlos Henrique Casimiro, ambos em atuações que traduziram o novo DNA tático imposto por Carlo Ancelotti, o técnico italiano de 66 anos que assumiu interinamente após um caos técnico sem precedentes.
Um time que não precisa de passes — precisa de ritmo
O jogo não foi um espetáculo de posse de bola. Pelo contrário. O Brasil fez apenas 299 passes — menos que muitas equipes de meio de tabela da Série A. Mas não foi um fracasso. Foi uma escolha. Ancelotti decidiu que, contra uma seleção que não perdia há 26 jogos, o caminho era a verticalidade, a velocidade e a pressão constante. O time avançava em blocos, pressionava alto, recuperava a bola e saía em contragolpe com Vinícius Júnior e Rodrygo correndo como se a partida fosse decidir um título. O resultado? Uma defesa senegalesa desmontada, sem tempo para respirar. O atacante Pedro Cunha ainda acertou a trave duas vezes, mostrando que o ataque, agora, tem múltiplas opções."Não foi um jogo de troca de passes. Foi um jogo de intensidade", resumiu o GE Globo em análise pós-jogo. E isso foi o que mais impressionou: a mudança de postura. Antes, o Brasil jogava como se tivesse medo de errar. Agora, joga como se tivesse certeza de que pode dominar.
"Neymar não cabe nessa seleção" — a dura verdade dos analistas
Mas o que mais gerou repercussão não foi o placar. Foi a análise de Alessandro Alves da Silva, o ex-zagueiro e comentarista conhecido como Casagrande. Em vídeo publicado no YouTube no dia seguinte, ao lado do veterano jornalista José Juca Kfouri, ele não poupou palavras: "Neymar de hoje, ele não passa nem perto de uma pequena possibilidade de entrar em campo num jogo desse. Não dá pro Neymar jogar, gente. Esse Neymar de hoje, ele não passa nem perto de uma pequena possibilidade de entrar em campo." Ele detalhou: "Imagine o Neymar no lugar do Rodrygo no primeiro tempo. Seria atropelado pela defesa da Senegal. Não ia pegar na bola. Ia dar 300 contra-ataques. Não acompanha o ritmo." A crítica foi dura, mas não isolada. Casagrande apontou que tanto Ancelotti quanto o técnico português Jorge Jesus já vinham mencionando, em coletivas, as limitações físicas do atacante. "Ele não consegue mais arranque, não tem explosão, não tem força física, não tem disciplina. O Neymar não cabe nessa seleção de hoje." Neymar, nascido em 1992, tem 33 anos. Não é um jogador velho, mas parece ter perdido o que o tornava letal: a capacidade de mudar o jogo em segundos. Seu desempenho nas últimas convocações, sobretudo contra Japão e Coreia, mostrou uma queda acentuada na eficiência e na presença física.
A nova identidade: Ancelotti tapa buracos e potencializa talentos
O mérito de Ancelotti não está em inovar — ele não trouxe táticas revolucionárias. Ele trouxe clareza. O italiano, nascido em Reggio Emilia, em 1959, tem uma reputação consolidada: sabe organizar times com talento. Ele não tenta encaixar jogadores em sistemas rígidos. Ele os coloca onde brilham. No caso do Brasil, isso significou dar liberdade a Vinícius e Rodrygo, que já têm química no Real Madrid, e usar Casemiro como âncora, sem exigir dele que jogue como um meia. O sistema é simples: pressão, transição rápida, e finalização. Nada de excessos. Nada de teoria. Apenas resultado. A imprensa internacional reagiu com entusiasmo. O jornal espanhol AS publicou na capa: "Ancelotti desperta um monstro". E não foi exagero. O Brasil, que parecia perdido em meio a trocas de treinadores e críticas constantes, voltou a parecer uma seleção capaz de vencer grandes jogos.
O que vem a seguir? A pressão aumenta
A vitória contra o Senegal — um time que chegou à final da Copa da África em 2022 e tem jogadores de elite como Ismaïla Sarr e Kalidou Koulibaly — é um indicador poderoso. Mas não é garantia. O Brasil ainda enfrenta desafios: a defesa precisa de mais consistência, e a liderança no grupo ainda é incerta. O capitão, Casemiro, está no auge, mas não pode jogar todos os jogos. Quem será o próximo líder? Além disso, a ausência de Neymar gera polêmica. Muitos torcedores ainda o veem como o símbolo da seleção. Mas o futebol moderno não é mais sobre nomes. É sobre função. E a função hoje exige velocidade, intensidade e disciplina tática — atributos que Neymar, por mais talentoso que seja, já não consegue entregar com regularidade. Ancelotti, em sua coletiva pós-jogo, foi direto: "Eu acho que é o ambiente, nosso ambiente muito bom como atitude, como seriedade, como competência, estamos muito bem entre nós, e isto pode seguir até a Copa do Mundo." Se isso for verdade, o Brasil pode estar diante de sua maior renovação desde 2002. Mas só se aceitar que algumas lendas não cabem mais no novo time.Frequently Asked Questions
Por que Ancelotti foi escolhido para comandar a seleção brasileira?
Ancelotti foi nomeado interinamente após a saída do anterior, que deixou a equipe sem identidade tática e com constantes mudanças de escalação. Ele tem histórico comprovado de organizar seleções e clubes com talento, como a Itália em 2006 e o Real Madrid em múltiplas passagens. Sua reputação de "tapar buracos" e potencializar jogadores o tornou a escolha mais lógica para o momento de transição.
O que mudou no estilo de jogo do Brasil desde a derrota para o Japão?
Antes, o Brasil jogava com muitos passes laterais e baixa pressão, o que facilitava contra-ataques. Agora, sob Ancelotti, o time pressiona alto, busca a verticalidade e reduz o número de passes — priorizando a velocidade das transições. O resultado: mais gols, menos chances para o adversário. Contra o Senegal, foram apenas 299 passes, mas 14 finalizações — o dobro do que se tinha contra o Japão.
Neymar está definitivamente fora da Copa do Mundo de 2026?
Nenhum treinador oficialmente anunciou isso, mas a análise técnica de Casagrande, Kfouri e até mesmo de Ancelotti e Jorge Jesus aponta para uma realidade: o modelo de jogo atual exige velocidade e intensidade que Neymar não consegue mais manter. Se ele não melhorar fisicamente e taticamente nas próximas convocações, sua presença será questionada — e provavelmente excluída da lista final.
Como a vitória contra o Senegal impacta as chances do Brasil na Copa de 2026?
O Senegal é um dos times mais sólidos da África e vinha em uma série de 26 jogos sem derrotas. Vencê-lo em casa, com um futebol direto e eficiente, é um sinal de que o Brasil pode competir com as grandes seleções. Se mantiver essa postura, o time tem chances reais de chegar à final. O problema não é o adversário — é a constância.
Quem são os novos líderes da seleção brasileira?
Casemiro ainda é o líder em campo por experiência, mas Vinícius Júnior e Rodrygo já assumem o papel de referência tática e emocional. O jovem Estêvão Willian, autor do primeiro gol, também surge como uma nova figura de liderança juvenil. A geração de 2026 não será liderada por um nome único — será liderada por um grupo coeso, com múltiplas vozes.
O que os analistas dizem sobre o futuro de Casemiro na seleção?
Casemiro ainda é essencial, mas seu futuro é incerto. Com 38 anos em 2026, ele pode ser um jogador-chave na fase inicial da Copa, mas não é viável que atue em todos os jogos. A seleção já está preparando sua substituição, com nomes como Bruno Guimarães e Lucas Paquetá sendo testados em funções mais profundas. O ideal é que ele deixe um legado de disciplina — e não um vazio de liderança.