Moraes obriga senador Marcos do Val a usar tornozeleira eletrônica após violações judiciais

Tornozeleira eletrônica para senador e endurecimento das medidas judiciais
O senador Marcos do Val virou alvo de novas decisões duras do Supremo após desobedecer determinações diretas da Justiça. Alexandre de Moraes, ministro do STF, ordenou o uso de tornozeleira eletrônica no dia 4 de agosto de 2025. O motivo? Do Val embarcou para os Estados Unidos sem autorização, desafiando as restrições já impostas por ser investigado em processos de altíssimo impacto político.
Assim que desembarcou em Brasília, Do Val foi abordado pela Polícia Federal e saiu do aeroporto já com o monitoramento fixo na perna. Mas não parou por aí: Moraes pediu que ele entregasse imediatamente o passaporte diplomático. A rotina do senador também mudou — ele ficou proibido de sair de casa durante a noite, aos fins de semana e feriados. Basicamente, uma espécie de prisão domiciliar parcial, só que sem sentença criminal. Não pode sequer administrar suas redes ou acessar bens bancários, por ordem antiga e mantida agora com rigor redobrado.
Contexto: suspeita de golpe e ataques virtuais
Por trás dessas medidas está uma série de investigações: Do Val é suspeito de tramar para derrubar o resultado da eleição presidencial de 2022. A Polícia Federal apura se houve tentativa organizada para melar o processo democrático, além de analisar mensagens online em que o senador ataca publicamente investigadores da própria PF ligados a operações que atingem apoiadores de Bolsonaro.
Não é a primeira vez que Moraes coloca o senador sob pressão. Antes disso, Do Val já tinha redes bloqueadas, contas congeladas e recebia ordens expressas para não deixar o país sem autorização. A defesa, por sua vez, insiste que ele sempre seguiu as orientações e critica as restrições, dizendo que atrapalham o trabalho parlamentar e afrontam as garantias do mandato — afinal, Marcos do Val nem réu formal virou, quanto mais condenado.
Moraes, no entanto, endureceu ainda mais o discurso: se o senador voltar a desobedecer, pode acabar preso preventivamente. Isso expõe um choque aberto entre Judiciário e Legislativo. São decisões que inflamam os ânimos em Brasília e, enquanto a novela se desenrola, o Congresso já debate até onde vai o poder do Supremo sobre políticos eleitos.