Rosane Gofman supera câncer de útero e volta às telas em Alma Gêmea e Êta Mundo Melhor!
A atriz brasileira Rosane Gofman, de 66 anos, revelou em vídeo publicado no Instagram em 10 de setembro de 2024 que passou por uma histerectomia total para remover um câncer de útero em estágio inicial. O diagnóstico surgiu durante um exame de rotina — nada de sintomas, nada de alarmes. Apenas um pólipo, pequeno, quase invisível, que se revelou maligno. "Era câncer", disse ela, com a serenidade de quem já venceu. "Graças a Deus era pequenininho. Saiu tudo." E foi isso: cirurgia, uma semana no hospital, alta e recuperação em casa, com um dos filhos. Nada de quimioterapia. Nada de radioterapia. Apenas alívio, gratidão e uma mensagem clara: faça seus exames anuais.
Um diagnóstico silencioso, uma vitória silenciosa
O pólipo foi detectado em finais de agosto ou início de setembro de 2024, em uma clínica particular em São Paulo. A biópsia confirmou a malignidade. A cirurgia ocorreu por volta de 3 de setembro, e Gofman permaneceu internada exatamente sete dias. A data da alta — 10 de setembro — foi a mesma em que ela decidiu falar publicamente. Não foi um acaso. Era o momento certo: já em casa, já estável, já com a certeza de que tudo estava sob controle. "Já estou em casa, em recuperação, vai ficar tudo bem", garantiu ela, com um sorriso quase imperceptível na câmera. A notícia veio como um soco no peito para os fãs, mas também como um soco na consciência: muitos casos de câncer de útero são detectados tarde demais. Ela foi um dos raros que não foram.O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que cerca de 7.000 mulheres no Brasil são diagnosticadas com câncer de útero todos os anos — o sexto mais comum entre elas. A maioria dos casos ocorre após os 50 anos. A taxa de sobrevivência, quando detectado cedo, supera 90%. Rosane Gofman é um exemplo vivo disso. Seu caso não é extraordinário por ser raro, mas por ser comum — e por ela ter tido a coragem de falar. "Quero falar da importância de fazer exames anuais", repetiu ela, como se fosse um mantra. E não foi só por obrigação. Foi por experiência. Por medo que virou alívio.
De volta às telas — e com força
Enquanto se recuperava, Rosane não parou. Enquanto estava internada, a TV Globo continuava a exibir Alma Gêmea, a novela de 2005 na qual ela vive a enfermeira Nair. O programa, no bloco Vale a Pena Ver de Novo, voltou ao ar em julho deste ano, e ela continua sendo vista diariamente por milhões de telespectadores. Mas o mais surpreendente? Ela já está de volta às gravações de Êta Mundo Melhor!, uma nova novela da Globo, marcando seu retorno a produções originais desde A Dona do Pedaço, em 2019.Isso é raro. Aos 66, atrizes brasileiras costumam ser relegadas a papéis secundários, ou simplesmente desaparecem da tela. Rosane não só está de volta — está em duas produções ao mesmo tempo: uma reprise e uma novidade. E não há sinal de que o câncer tenha interrompido seu ritmo. Pelo contrário: parece que a superação a fortaleceu. Fontes indicam que ela já gravou cenas importantes para Êta Mundo Melhor!, sem qualquer atraso. A produção, cuja emissora e cronograma exatos ainda não foram divulgados, deve estrear ainda este ano.
Uma vida em transformação
A saúde não foi a única mudança em sua vida em 2024. Em outubro, em entrevista ao site Heloisa Tolipan, Gofman confirmou que encerrou um casamento de 30 anos. "Tenho muito respeito por meu ex-marido", disse ela, sem detalhes, mas com a tranquilidade de quem já fez as pazes. Mãe de três filhos adultos, ela passou a recuperação pós-cirúrgica na casa de um deles, em São Paulo — cidade onde mora desde os anos 1980 e onde também realizou todos os seus tratamentos médicos.Seu histórico na TV é imenso. Em 1988, foi Consuêlo em Vale Tudo, a irmã de Jarbas (Stepan Nercessian) e mãe adotiva de Daniela e André. Hoje, o papel é de Belize Pombal — mas o impacto de sua atuação permanece. Desde 2020, ela também tem se dedicado ao teatro experimental em São Paulo, onde mantém uma presença constante. Agora, com o câncer superado e a vida pessoal em nova fase, ela parece mais livre do que nunca.
O que vem a seguir?
Rosane Gofman terá apenas check-ups a cada seis meses na mesma clínica onde tudo começou. Nada mais. Nenhum tratamento adicional. Apenas vigilância. Ela já voltou às gravações, e o teatro espera por ela. Seu próximo passo, segundo colegas de cena, será uma peça inédita no Teatro Municipal de São Paulo, ainda em fase de planejamento. Aos 66, ela não está pensando em aposentadoria. Está pensando em continuar.Seu caso é um lembrete: o câncer não escolhe quem é famoso ou quem é comum. Mas o exame preventivo escolhe — e pode salvar. Rosane não é heroína por ter tido câncer. Ela é heroína por ter feito o exame. Por ter falado. Por não ter se escondido. E por voltar, mais forte, às telas.
Frequently Asked Questions
Como foi possível detectar o câncer tão cedo?
O câncer foi descoberto durante um exame ginecológico de rotina, quando um pólipo uterino foi identificado e encaminhado para biópsia. A detecção precoce foi possível porque Rosane Gofman mantinha o hábito de fazer exames anuais, mesmo sem sintomas. Segundo o INCA, 70% dos casos de câncer de útero são diagnosticados em estágios avançados — o que torna o caso dela raro e exemplar.
Por que ela não precisou de quimioterapia?
O tumor era pequeno, localizado apenas no útero e sem metástase. A histerectomia total removeu completamente o tecido afetado, incluindo o útero e, provavelmente, as tubas uterinas. Quando o câncer é confinado e totalmente removido cirurgicamente, a quimioterapia ou radioterapia não são necessárias — o que reduz drasticamente os riscos e os efeitos colaterais.
Como ela conseguiu manter sua carreira após a cirurgia?
A recuperação de Rosane Gofman foi rápida e sem complicações, permitindo que ela retomasse as gravações de Êta Mundo Melhor! em menos de três semanas. A produção da Globo adaptou os horários e os cenários para acomodar seu ritmo, e ela não precisou de licença médica prolongada. Seu caso mostra que, com suporte adequado e boa saúde, atores mais velhos podem continuar atuando mesmo após tratamentos oncológicos.
Qual a relação entre o câncer de útero e a idade?
O câncer de útero afeta principalmente mulheres acima dos 50 anos, especialmente após a menopausa. A maioria dos casos está ligada ao excesso de estrogênio sem contraponto de progesterona, obesidade, diabetes e histórico familiar. Rosane, que tem 66 anos, está dentro dessa faixa de risco — o que reforça a necessidade de exames regulares, mesmo para mulheres que se sentem saudáveis.
O que é uma histerectomia total e quais são os efeitos?
A histerectomia total é a remoção cirúrgica do útero e do colo do útero. Em muitos casos, também inclui as tubas uterinas e os ovários. Rosane passou por uma histerectomia total, o que significa que não poderá mais engravidar e entrará na menopausa cirúrgica, mesmo que já estivesse nessa fase. Os efeitos são físicos e emocionais, mas, em casos de câncer, são considerados necessários e, muitas vezes, salvadores.
Por que o caso dela é importante para as mulheres brasileiras?
Rosane Gofman é uma figura pública com grande alcance, e sua decisão de falar abertamente sobre o diagnóstico e a recuperação quebra o silêncio em torno do câncer de útero. Em um país onde muitas mulheres não têm acesso a exames preventivos ou os ignoram por vergonha ou falta de informação, seu exemplo pode salvar vidas. Ela não só superou a doença — ela a transformou em uma mensagem de prevenção.
Willian de Andrade
Fazendo exame anual e tá aqui, viva. Nada de drama, só saúde.