Assédio sexual: o que é, como reconhecer e o que fazer

Assédio sexual aparece nas mais diversas situações – no trabalho, na escola, nas redes sociais ou até em encontros informais. Não se trata só de um comentário inadequado; quando a pessoa usa sua posição ou força para obter favores sexuais, está cometendo um ato ilícito. Esse comportamento pode ferir a autoestima, causar ansiedade e colocar a vítima em risco de isolamento.

Sinais de assédio sexual

Os indícios nem sempre são óbvios, mas alguns comportamentos se repetem. Comentários repetidos sobre aparência, convites insistentes para encontros íntimos após recusas, toques não consentidos ou mensagens de teor sexual são sinais claros. Observe também a frequência: se a pessoa não para mesmo depois de você deixar claro que não está interessada, há violação de limites.

Outro ponto importante é o ambiente de poder. Um chefe que promete promoção em troca de favores ou um professor que dá notas melhores para quem aceita avançar o assunto sexual está abusando da posição. Quando o assediador usa ameaças – de perder o emprego ou a nota – o problema se torna ainda mais grave.

Passos práticos para denunciar e buscar apoio

Se você reconheceu algum sinal, o primeiro passo é registrar o que aconteceu. Anote datas, horários, palavras exatas e, se houver, mensagens ou e‑mails. Esse registro ajuda muito na hora de levar o caso à empresa ou à justiça.

Em ambientes de trabalho, procure o setor de Recursos Humanos ou a ouvidoria. A maioria das empresas tem políticas de combate ao assédio e deve garantir a confidencialidade. Caso a empresa não tome providências, você pode recorrer ao Ministério Público do Trabalho ou ao sindicato da categoria.

Nas escolas e universidades, a direção ou o departamento de assistência estudantil são os responsáveis por receber a denúncia. Muitos estabelecimentos têm comissões de ética preparadas para lidar com essas situações.

Se o assédio ocorre nas redes sociais, use as ferramentas de bloqueio e denúncia da plataforma. Guarde prints das conversas antes de excluir tudo – esses registros podem ser usados como prova.

Além dos caminhos formais, buscar apoio psicológico faz diferença. Psicólogos e assistentes sociais treinados em violência de gênero podem ajudar a lidar com o trauma e oferecer orientações sobre como seguir adiante.

Existem ainda organizações que oferecem suporte gratuito, como a Central de Atendimento à Mulher ( Ligue 180) e ONGs especializadas. Elas disponibilizam orientações sobre direitos, encaminhamentos legais e grupos de apoio.

Lembre‑se de que você não está sozinho. Cada denúncia fortalece a rede de prevenção e mostra que esse comportamento não será tolerado. Quanto mais pessoas falarem, mais rápido as instituições conseguem mudar suas políticas e criar ambientes seguros.

Se você está passando por isso, pense em quem confia e dê o primeiro passo. O caminho pode parecer longo, mas a justiça está do seu lado, e a sociedade precisa de sua voz para acabar com o assédio sexual de forma definitiva.