Transtorno de personalidade borderline: o que é e como lidar

O transtorno de personalidade borderline (TPB) é um problema de saúde mental que afeta a forma como a pessoa pensa, sente e se relaciona com os outros. Quem tem TPB costuma ter emoções intensas, medo de abandono e dificuldade para controlar impulsos. Não é algo que aparece de repente; geralmente os sinais surgem na adolescência ou no início da vida adulta.

Os principais sintomas incluem mudanças rápidas de humor, sensação de vazio, explosões de raiva que parecem desproporcional e comportamentos de risco como abuso de substâncias ou tentativas de suicídio. Além disso, a pessoa pode ter uma imagem de si mesma muito instável, passando de se sentir confiante a se sentir completamente inútil em poucas horas.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico do TPB é feito por um psicólogo ou psiquiatra experiente. O profissional avalia os critérios do DSM‑5, que lista nove sinais e requer que pelo menos cinco estejam presentes. A avaliação inclui entrevistas detalhadas, relato de histórico familiar e questionários de auto‑avaliação. Vale lembrar que o diagnóstico não serve para rotular, mas para direcionar o tratamento adequado.

É importante buscar ajuda logo que os sintomas atrapalhem a rotina, como trabalho, estudos ou relacionamentos. Muitas vezes, a pessoa acha que está “exagerando” ou que seus problemas são “normais”. Um diagnóstico correto abre caminho para intervenções que realmente funcionam.

Opções de tratamento efetivas

O tratamento do TPB costuma combinar terapia psicológica e, em alguns casos, medicação. A terapia dialética comportamental (TDC) é considerada a referência mundial; ela ensina habilidades para lidar com emoções, melhorar relacionamentos e reduzir comportamentos impulsivos. Outra abordagem que tem ganho espaço é a terapia focada em mentalização, que ajuda a pessoa a entender melhor os próprios estados mentais e os dos outros.

Medicamentos não curam o TPB, mas podem aliviar sintomas como ansiedade, depressão ou irritabilidade. Antidepressivos, estabilizadores de humor e antipsicóticos são prescritos conforme a necessidade de cada paciente.

Além das sessões formais, práticas diárias como exercício físico, técnicas de respiração e registro de sentimentos ajudam a manter o controle emocional. Grupos de apoio também são úteis, pois permitem trocar experiências com quem enfrenta o mesmo desafio.

Se você conhece alguém com TPB, lembre‑se de ser paciente e evitar julgamentos. Ofereça apoio sem assumir a responsabilidade de “consertar” a pessoa. Incentive a procura de ajuda profissional e mostre que é possível ter uma vida mais estável com tratamento adequado.

Em resumo, o transtorno de personalidade borderline é sério, mas tratável. Reconhecer os sinais, buscar diagnóstico correto e seguir uma terapia estruturada são passos fundamentais para melhorar a qualidade de vida. Não deixe que o medo ou o estigma impeça a busca por ajuda — a mudança começa com a primeira decisão de conversar com um especialista.